Posição sobre os “espectáculos de falcoaria”

A Associação Portuguesa de Falcoaria dá razão do aparente aumento de entidades e/ou empresas promotoras de actividades de demonstração com aves de presa. Por esta razão e no respeito pela necessidade de preservação das características associadas ao Património Imaterial (reconhecido pela UNESCO) e não menos importante, da correta difusão de informação junto do público, vem a Associação Portuguesa de Falcoaria deixar patente:

A cetraria (também designada prosaicamente por falcoaria) é uma forma de caça tradicional em que se estabelece uma parceria entre Homem e ave de presa para a captura de uma presa selvagem no seu habitat. A falcoaria apenas acontece neste contexto e com este objectivo específico. Tendo isto em consideração, clarificamos que, as demonstrações de aves de presa não são, nem devem ser, entendidas como falcoaria uma vez que possuem objectivo (e enquadramento legal) diametralmente diferentes. Por esta razão, a Associação Portuguesa de Falcoaria não reconhece a utilização da denominação “Falcoaria” para designar qualquer tipo de espectáculo ou performance. 

Sem prejuízo do supra exposto, a APF reconhece que a apresentação com aves de presa pode ter um papel importante na divulgação da História e das técnicas utilizadas no âmbito da Falcoaria junto do público. Por esta razão apelamos a que todas as entidades envolvidas neste tipo de actividade adoptem uma atitude de grande seriedade e responsabilidade no esclarecimento cabal do público relativamente:

  1. ao que a falcoaria representa,
  2.  às imposições legais associadas à manutenção de aves de presa em cativeiro e
  3. à importância da manutenção do bem-estar destes animais tendo em conta as suas necessidades especificas.

Esperamos, igualmente, que a manutenção do bem-estar das aves que participam nestas apresentações seja sempre a primeira preocupação por parte das entidades promotoras.

Acreditamos que a defesa das características identitárias da falcoaria serve o interesse de todos os que verdadeiramente se preocupam com a prática desta arte.

A Direcção da Associação Portuguesa de Falcoaria
Maio de 2017